23 de março de 2008

Preguiça de mudar


Há quem diga que os dias são sempre iguais, que tudo se repete e que as grandes mudanças já deixaram de acontecer há muito tempo!

É bem verdade que o cotidiano nos limita e põe uma cortina diante de nossos olhos, de modo que não conseguimos ver além, e então, vamos vivendo a vida, dançando de acordo com a musica e não ousamos rasgar a cortina.

O que nos impede de viver em novidade de vida não são as circunstancias, os deveres do dia a dia, mas sim o nosso medo do desconhecido.

Estamos acomodados em um sistema “seguro” e por isso tememos sair dessa estrutura, ir a novos níveis, percebermos enfim, que estamos em constante mudança, o tempo não parou e se as coisas estão sempre iguais é por que não arriscamos sair da zona de conforto.

Teorizamos a vida, vivemos assim, de forma contemplativa. Ficamos inertes, a espera de que as coisas ao redor mudem, ou que alguém mude as coisas para nós. Paralisados, nos tiramos o direito de viver novas experiências, por pura preguiça de mudar.

Isaías 3:10 - Dizei ao justo que bem lhe irá; porque comerão do fruto das suas obras.

17 de março de 2008

Novo Tempo!




As férias foram longas... enfadonhas!
Não sei se pelo fato de eu estar muito “mal” acostumada de viajar nas férias, e dessa vez não arredei os pés de Imperatriz.
Frustração pelo fato de não ter ido à Teresina, Marabá, São Luis, meus roteiros rotineiros...
Frustração maior, não ter visto meus primos, a não ser em uma ocasião nada boa, e por pouco menos de 24h, no velório de meu tio Nilson, uma ausência irreparável!
Tristeza também pela perda de minha fiel cachorrinha Princesa, que me deixou boas e ternas lembranças...
Enfim, não posso dizer que não foram férias marcantes!
Alegria em meio a tudo isso pode soar estranho, mas é real!
Alegra-me o fato de eu poder estar aqui contando essa historia
Alegra-me o recomeço, a oportunidade de reparar erros, o reencontro com os colegas e amigos, uma nova chance de ser vaso nas mãos do oleiro naquele lugar.
As marcas que ficaram, tornam-se agora um aprendizado.
Posso reescrever algumas historias
Posso também retroceder em algo que não deu certo.
Acabou a moleza, é hora de me dedicar aos estudos, fazer jus ao chamado!
Que venha pois o Novo Tempo!

15 de março de 2008

Amor perfeito!



"Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.

Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.

E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.

O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará..." I Co 13:1-8

Todos os dias ouvimos falar de amor... Declarações de apaixonados, cobranças de carentes, músicas, filmes... Todos têm a sua história de amor preferida, ou ainda, um sonho de amor , de como a sua história poderia ser diferente. Mas observando esse texto bíblico, somos levados a conhecer uma outra dimensão de amor, não esse que conhecemos e ate banalizamos, mas um amor perfeito.

Esse amor começa com renuncia, quando abro mão de algo importante pra mim por amor, por que me interesso pela felicidade de quem eu amo. Quando enxergamos na renuncia o ganho e não a perda, estamos manifestando o amor que abre espaço para que coisas maiores venham sobre nossas vidas.

As brigas costumam acontecer por falta de renuncia, Por que estamos sempre preocupados com nosso próprio beneficio, e isso é um comportamento egoísta. Amar só de falar é muito fácil, difícil é praticar essas três palavrinhas mágicas!

O grande problema é que estamos falando muito em amor, mas não sabemos amar de fato. É preciso entendermos que o amor tem seus inimigos, e eles são destrutíveis. O ciúme, que gera cegueira, sentimento de posse, prisão. A falta de perdão, as mágoas, decepções...

Muitas pessoas são reféns de marcas de traição, de decepções do passado, e por isso se tornam desconfiadas, preferem não arriscar com medo de sofrer tudo outra vez, vestem uma armadura contra o amor.

Mas somos capazes de viver sozinhos? Quem somos nós sem nossos amigos, familiares, enfim, sem aqueles que amamos, e que nos amam?

A leitura desse texto nos desafia a amar-nos uns aos outros sem temor, lembrando-nos que o verdadeiro amor lança fora todo o medo!

13 de março de 2008

Eu sou livre!?!


Tenho falado tanto essa frase que as vezes até acredito. Mesmo sendo essa tal liberdade, tão complexa. Afinal, até que ponto sou livre?

Sou livre para dizer o que penso? Sou livre pra dizer como me sinto?

Liberdade, liberdade... abra as asas sobre mim! Eu, que tanto tenho acreditado em ti. Eu, que tanto me entusiasmo em falar de ti, engraçado... As vezes sinto que nem sequer te conheço!

Há ao meu redor inúmeros indícios que me dizem que você é limitada. Mas limite e liberdade parecem-me opostos, como entender? Ou será que sou livre até onde isso lhe convém?

Algumas vezes sou livre sim, reconheço! Agora por exemplo, enquanto escrevo nada me impede, nada me cala... nada me detém! Até por que, não disse exatamente aquilo que eu queria dizer.

Não sei... achei melhor me limitar a essas vagas palavras, ou correria o risco de não conseguir dizer nada!

11 de março de 2008

Introspecto...




Dias estranhos
Ânimos fracos
Foco embaçado
Há muito tempo não me via assim
Sentimentos confusos
Alma deslizante
Sonhos? Abundantes!
Perdidos em mim...
Tenho uma esperança!
Ela não me deixa morrer.
Isso um dia vai passar,
Nem que seja por mim
Até vazar...

10 de março de 2008

Saudades de mim...


Remexendo em alguns livros antigos, me deparei com lembranças de mim... Encontrei velhos bilhetinhos de amigos, alguns que hoje nem mesmo sei onde estão. Como aquilo já teve tanto valor pra mim, e hoje não me diz mais nada! Encontrei alguns recortes de revistas, reencontrei-me com meu fanatismo adolescente... Ah, eu era louca pelo Bon Jovi! Lembrei do quanto eu gastava minhas economias com aquelas revistinhas com os posters dele, de como eu o defendia dos ataques de meu irmão pentelho que sempre dizia que ele era gay. Ah eu fico pensando, quanta bobagem... Hoje nem sequer escuto as suas musicas , a não ser em raros momentos de nostalgia (como este)! Pensar que eu deixava minha madrinha enfurecida porque colocava o som no máximo todas as noites no meu quarto, que dava nos fundos do quarto dela! Bons tempos... engraçada lembrança dela gritando pra eu parar de virar bicho! Onde estão aqueles velhos amigos? Sei que alguns já até casaram, estão com filhos... as vezes encontro com alguns deles, mas parecem estranhos! Nossas vidas tomaram rumos diferentes, mas naquele tempo sonhávamos com a eternidade. Estranho pensar nisso, dá uma sensação de perda, mas de que afinal? Não consigo explicar esse nó que se forma em minha garganta nesse exato momento! De repente eu entendo o que está acontecendo! Não estou com saudade dos velhos ídolos, nem mesmo dos velhos amigos, por que a vida me deu novos e valiosos amigos, e os ídolos já nem existem mais! Enfim... Estou com saudades de mim! Sim, do que eu era, daquela menininha cheia de sonhos, com uma vida inteira pela frente, com seus amores tão fáceis, regados com uma certa aventura, a alegria das descobertas, a espera das próximas férias, os passeios da escola...a espera do próximo dia... Como eu mesma já disse em um outro texto... Memórias de mim, o que não se esquece Lembranças enfim, o que permanece!

9 de março de 2008

Voltando à Sete Barracas...


Hoje, dia 09 de março, voltamos ao Assentamento Pontal, Povoado de Sete Barracas.Eu e Juliana nos atrasamos um pouco. Quando chegamos no Porto da balsa, já tinham saído duas, e encontramos Marizé, Junior e Emilene emburrados! Mas isso faz parte...Bom, o grupo dessa vez mudou, mas um dia iremos todos juntos, até por que isso será necessário para a conclusão desse projeto.Chegamos em Sete Barracas por volta das 9h da manhã, e fomos novamente conversar com Dona Raimunda. Ela estava mais discontraida dessa vez, e até sentiu falta de Jenifer e Talita, que da ultima vez foram. Fomos então convidados a assistir o filme do qual ela é personagem titulo : Raimunda, a Quebradeira, filme de Marcelo Silva. O filme conta um pouco da historia de vida de Dona Raimunda, como quebradeira de coco babaçu, de como ela sobreviveu à pobreza, ao analfabetismo e à linha de frente dos conflitos pela posse de terra no Bico do Papagaio. Ao lado do Padre Josimo, assassinado por pistoleiros, ela ajudou a organizar a sua gente, conquistou a sua terra e fez com que o Brasil e o mundo ouvisse o grito dos excluídos do babaçu. Hoje aposentada, ela se dedica à causa do babaçu livre, da agroecologia e da melhoria da qualidade de vida das quebradeiras de coco, contrariando os interesses da industria e dos latifundiários.Adquirimos um DVD do filme, para que o restante do grupo também tenha acesso. Saímos da casa de Dona Raimunda e fomos almoçar a comida que nós mesmos levamos, mas fomos convidados a almoçar na mesa da casa de Dona Flora, mais uma vez, muito gentil e hospitaleira!De lá, descemos rumo à horta comunitária, mas não pudemos conhecer, pois não tinha ninguém responsável por ela lá. Descemos então à casa de Dona Emilia, que nos deu dicas das pessoas mais interessantes de entrevistarmos. A essa altura, a capacidade de nossas maquinas já tinha se esgotado e ficamos impedidos de continuar as filmagens. Mas conversamos, pegamos algumas informações para o próximo retorno, e vamos assim caminhando... gastando tempo e dinheiro, apostando nesse projeto, acreditando sempre!

Até a próxima ...

7 de março de 2008

Ensaios antropológicos...


Este texto é fruto de nossa primeira pesquisa como grupo, projeto que foi apresentado no XIX SEMIC/ UFMA São Luis, em agosto de 2007 na forma de painel, e também publicado no Jornal O Progresso (Imperatriz-Ma) na forma de artigo, a saber, este!


Nem toda Maria vai com as outras


Há algo que marca nossa gente, que nos torna mais brasileiros, a nossa fé! Falar de fé é sempre um assunto atual. Vivemos em um país marcado por um sincretismo religioso onde todos têm oportunidade de viver sua religiosidade sem grandes pressões. É nesse contexto que falaremos dos movimentos neo-pentecostais, dessas novas igrejas protestantes que saíram do estereótipo dos templos antigos e passaram a ocupar antigas salas de cinemas, teatros, galpões, etc. Num estilo inovador, os cultos dessas igrejas mais parecem um espetáculo. As atrações vão desde bandas de músicas, até encenações teatrais, além dos mais diversos rituais. Se há uma palavra que pode definir nossa impressão ao entrar em uma dessas igrejas, aqui mesmo em Imperatriz, essa palavra é surpresa! Sim, tudo era novo para nós. Foi assim que resolvemos utilizar os conhecimentos adquiridos nas aulas de antropologia e passamos a relativizar. A partir daí tudo ficou mais claro, como se uma janela se abrisse diante de nossos olhos, antes influenciados por uma visão preconceituosa. Os fiéis começam a chegar ao templo, semblantes cansados, preocupados, sofridos. São, na maioria, mulheres e idosos. Chegam com umas rosas vermelhas nas mãos, fotografias, sacolas de roupas. O culto começa e as luzes da igreja se apagam. Há uma grande cruz vermelha no centro, onde as pessoas passam e imploram por uma resposta dos céus. Os pastores reforçam a fé dos fiéis com palavras de ânimo e força. Algo nos chama a atenção, eles parecem brigar com Deus, não são abnegados. Gritam: “Deus, eu te desafio! Eu exijo!” São ousados na oração. Testemunham milagres, cura de enfermidades, quitação de dívidas. Falam do poder da rosa ungida, que para eles simboliza Jesus, a rosa de Sarom. A impressão que nos dá é que Deus está ali apenas para atender aos seus desejos, sem receber nada em troca a não ser a fé. Isso a princípio, porque mais tarde descobriríamos o preço de tudo isso. Aliás, quem disse que a fé não tem preço? Ora, se não fora esse o problema que surgira no decorrer da pesquisa, quando já éramos freqüentadoras assíduas dos rituais: o débito que contraímos junto a Igreja em estudo que, a cada culto, nos fazia pegar envelopes para depósito de quantias assustadoras para a próxima sessão. O não pagamento destas quantias estipuladas previamente gerava um constrangimento social e colocava o nosso grupo em uma situação delicada podendo interromper a pesquisa, ao mesmo tempo em que nos fazia pensar na argumentação weberiana de que as instituições sociais compõem um emaranhado possuindo, cada uma, autonomia relativa. Assim, parece-nos ocorrer com a religião e a economia que se encontram sob um mesmo teto transformando o templo de fé numa importante empresa, templo maior da contemporaneidade. Depois de tudo, débito contraído, pesquisadoras sem dinheiro para “contribuir” com as sessões, deixamos de ir ao templo. Sem concluir a pesquisa e sem participar das sessões de descarrego, especialmente a nossa colega Maria, participante assídua de todas as sessões, para quem a dívida já acumulava um bom montante. Como nem toda Maria vai com as outras, não pagamos. Partimos e deixamos o templo no lugar onde o encontramos: no meio do comércio imperatrizense. Lugar mais adequado não existiria. E se fóssemos medir o valor de tudo isso, concluiríamos que a fé tem preço, sim. E um preço alto! E em verdade vos digo: felizes daqueles que podem pagar.


Juliana Neves, Jenifer Pessoa, Marizé Vieira e Priscila Aranha. Alunas do 2º período do curso de Comunicação Social/UFMA.

6 de março de 2008

O amor está no ar...


É caros amigos, parece-me que está mesmo no ar Mas não nesse, que eu respiro! O amor está rondando o ar, esse fictício das telenovelas e dos filmes de Hollywood, minimizando minha crença de que dele eu possa um dia provar. Sabe do que estou falando? Falo dessa magia dos romances nascidos de um esbarrão no meio da rua; Sim, desse amor inebriante que leva alguém a alugar um helicóptero só para jogar flores sobre seu amado (a). Falo de amor, falo de flores! Esse amor que tira o fôlego, que nos leva a cometer loucuras só para estar perto do ser amado... e desejado! Diga-se de passagem... Por que falo também desse amor apaixonado! Pergunto-me: Onde andará o “ você” ... do meu “ Eu amo” ?


Penso... logo espero!
ou seria... estresso?
oO'

4 de março de 2008

EMAÚS


Eu vinha contigo pelo caminho
Mas minha angustia não me deixou te perceber
A sua voz me ardia o coração, não soube entender
Um fogo foi me consumindo, pude te reconhecer!
Sua companhia , que imenso prazer!






Lucas 24: 13-32

3 de março de 2008

De como gerar um sorriso...




"O mundo anda tão complicado" já dizia Renato Russo...
Ver um sorriso sincero hoje em dia tá mais complicado ainda.
Tenho visto sorrisos beges, cinzentos, pardos, forçados!
Penso aqui dentro de mim, o que é capaz de gerar um sorriso?
Bom, eu digo sinceramente que não sei dar essa resposta.
Mas esse da foto sim , e posso passar!


Cadê o príncipe da titia???
Ah se todos fossem tão fáceis assim!
Talvez seja...


Mas nós , adultos, temos a mania de complicar...

1 de março de 2008

E a história começa aqui...







É dia 01 de março de 2008, dia um... como um pontapé inicial não poderia haver melhor data. Dia em que tiramos nossas ideias e planos do mundo dos sonhos e começamos a dar vida a este projeto chamado Sete histórias de Sete Barracas.

Marcamos de descer juntas ao Porto da Balsa da frente da Universidade as 7:30h A.M , eu e mais três bravas amigas e companheiras, a saber, Maria Talita, Marizé e Jenifer. O restante do grupo, por motivos de força maior, não pode ir a esse primeiro contato.

Descemos a ladeira rumo ao Rio Tocantins, e ao chegarmos no Porto fomos recebidos por um senhor muito prestativo que nos perguntou para onde iamos... Sete Barracas, o senhor conhece?

Ele disse que sua van nos deixaria na entrada da cidade de São Miguel-TO, de onde então poderiamos pegar um taxi para irmos até o local.

Perfeito! pensamos... tá tudo dando certo! exclamou Talita, nossa mais empolgada amiga de grupo. Foi então que o senhor da van começou a conversar conosco e nos deu grandes dicas, além de informações preciosas, como a visita de lideranças do governo à comunidade Sete Barracas no próximo dia 03. Vibramos muito com tal notícia, pois julgamos ser esta uma grande oportunidade de enriquecermos nosso trabalho.

Fomos deixadas na frente da antiga casa da nossa principal personagem, Dona Raimunda Gomes da Silva, a grande líder daquele povo. Pegamos um taxi e enfim chegamos a nosso destino... Descemos na frente da nova casa da D. Raimunda, e já fomos recebidas por ela. Nos apresentamos e enfim, começamos a conversar. Ela, muito gentil, respondia a todas as nossas perguntas e enquanto falava, fomos levadas para dentro de seu mundo, tão rico, tão digno de nossa admiração e respeito. Sua história de vida e de luta pelos direitos do povo, pela posse de terra, pelo trabalho digno, a levou a vários cantos do mundo como porta-voz dessa gente, que ela tanto ama e zela, razão pela qual ganhou o título de " A quebradeira de côco e de preconceitos".

Saindo da casa de D. Raimunda, fomos à casa de Dona Flora, uma dona de casa muito simpática que nos convidou logo a sentar. Começamos a conversar e ela nos deu varias informações especiais para nosso trabalho. Presença especial nesta visita foi o seu neto de apenas 2 anos, Victor, que tornou-se logo o centro das atenções. Dona Flora nos deixou muito à vontade, eu já a conhecia, de outras visitas que ja tinha feito à comunidade. Ela é esposa do Sr. Queriba, um devotado trabalhador engajado na luta em pról do meio ambiente. Muito politizado, seu Queriba é o representante do Projeto do Governo Federal Pró - ambiente, dentro de Sete Barracas e comunidades vizinhas, que visa conscientizar os lavradores contra o uso de fertilizantes químicos na lavoura , bem como, ensinar tecnicas de reflorestamento para as comunidades rurais.

Enfim, fomos até a casa de Dona Emília, outra personagem incrível desta história. A encontramos na pequena fábrica de oleo de babaçu, onde nos surpreendemos com o processo de fabricação. Ela nos pediu um tempo enquanto terminava seu trabalho, e então, nos levou até sua casa, onde estava também o seu esposo, Sr. Raimundo. Dona Emília é sem duvidas uma peça chave dentro da comunidade. Participante ativa de toda a história de formação de Sete Barracas, onde viveu episódios muito tristes, num passado não muito distante. Quem vê hoje a organização da comunidade, os valores familiares, a simplicidade e o respeito que há entre eles, não imagina o quanto foi violenta essa conquista. Esse casal, a saber, sofreu na pele a perseguição e a injustiça num periodo que projetou a Região do Bico do Papagaio como cenário mais violento do País em questões relacionadas à posse da terra.

Mas eles conseguiram! Lutaram, perseveraram, e hoje são um modelo de Assentamento para todo o mundo. São cinco alqueires e meio de terra para cada família, água encanada, iluminação estadual ( monofásica ainda), uma escola de ensino fundamental, 3 cooperativas e associações em prol da comunidade, como o Projeto Babaçu, que irá construir 800 casas para as quebradeiras de côco da região; Projeto zigue zague, que visa ensinar corte e costura para as mulheres, além de varias representações de orgãos nacionais, como o CNS - Conselho Nacional de Seringueiros, Memorial Chico Mendes, a CASB - Clube agrícola de Sete Barracas e Pró - ambiente.

São tantas informações, mas nesse nosso primeiro dia, se alguém me perguntar o que fiz hoje, responderei sem pensar duas vezes : conheci pessoas incríveis!