11 de abril de 2012

Je suis desolè!

Uma sensação de insuportável tristeza sobressai-me, assemelha-se à angustia dos dias sombrios,  atenuada por severa desolação. Suspiro o anseio por liberdade tal qual aquele que a gente sente ao ouvir uma musica do Bob Dylan.

Sabe, aquela vontade de entrar num carro, pegar uma estrada, sem destino certo? Preciso livrar-me dessa sensação gélida, dessa aridez irremediável de pensamento que nenhum estímulo da imaginação pode elevar ao sublime. 

Eia! A perplexidade chega sorrateira, me tomando pelos braços, me prendendo em seus muitos laços, me sugando as forças, me afastando do meu ponto de chegada. Estou desnorteada! Meu vigor parece esgotar-se gradativamente cada vez que penso em tudo que faltou ser, em tudo que deveria ser. Na covarde agonia dos desolados, sucumbo-me.

Agora, caminhando nesse vale, através da janela fechada por onde passam pequenos feixes de luz, vejo grandes vultos que se movem fantasticamente ao som de insuportável melodia.

Por um instante, vejo-me naquele carro, ao som daquela batida folk blues rock’n roll do Dylan que eleva meu pensamento a um lugar de paz. Meu destino é em qualquer lugar, qualquer lugar que ela esteja.


“Posso pouco, tudo é risco de vida. Sem você no corpo é como pingar limão e andar no sol”

2 comentários:

Thales "Chaun" Estefani disse...

Olá, moça.

Sabe, tive uma identificação imediata com seu texto. Esse anseio por liberdade, esse esgotamento, essa vontade de fugir. Tenho sentido isso por esses tempos. Não paro de pensar no mal estar da pós-modernidade.
E só a título de curiosidade: estou lendo "On the road".
E a título de curiosidade 2: a editora em que trabalho vai publicar um livro sobre Bob Dylan. Aviso você quando for lançado. :)

Beijo!

Tuka disse...

Nossa, que legal Thales!
Me diga mesmo, vou aguardar!
Beijos, querido!

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Metendo o bedelho onde foi chamado.