26 de outubro de 2011

“Todo dia ela faz tudo sempre igual”

(...) Acorda às 6h para tomar café e volta para cama. Dorme até as 10h da manhã, recusa-se a tirar o pijama. Senta-se em frente ao computador e mal esfrega os olhos ainda marejados do sono, aciona seu passatempo virtual, seu mundo de faz de contas. Às vezes, não sempre, vai à faculdade. Mas sempre com um pesar tão grande que seu tédio é capaz de infectar qualquer um que se aproxime. Ela parece mesmo rejeitar a vida real, com suas responsabilidades, com seus altos e baixos, seus monstros vividos, sagazes, que ela não é capaz de aniquilar, como aqueles dos jogos que costuma dominar. Mas essa é a verdade, e uma hora, ela terá de aceitar que é este o jogo que ela de fato, precisa vencer.

10 de outubro de 2011

Menos de um segundo

Um segundo vale uma vida. Outro dia eu pude entender isso da forma mais trágica e fatal possível. Curioso como as pessoas tem mania de querer apressar os dias, as horas... O enfado cotidiano nos leva a desejar ardentemente aquele fim de semana, feriado, o resultado de uma prova. Tudo isso de certa forma nos leva a querer rodar os ponteiros do relógio mais rápido. Certamente para meu amigo que partiu, o desejo seria bem contrario. Se possível, paralisar as horas, congelar o tempo, pensar com mais prudência nos seus próprios atos. Se ele tivesse essa chance, não teria subido aquele poste sem a menor proteção, e não teria despencado lá de cima já sem vida, isso em fração de segundos. Nesse espaço de tempo:

- Não faz isso cara, pode ser muito perigoso.
- Relaxa, eu sei o que estou fazendo!
................................................................................................................. E agora tudo é silencio.



"menos de um segundo e eu já perco o ar, quase um minuto, eu quero te encontrar"