27 de junho de 2011

Do que é desnecessário

Deixa eu te entender, meu bem. Você surge do nada nessa minha vida já conturbada, invade meu mundo, não pede licença e entra... Vai se acomodando nos espaços vazios, marcando território, quebrando meus domínios e depois se vai assim, com um mero “até logo, foi bom até aqui!”. Mas veja bem, meu bem... Eu não pedi pra você chegar, eu na verdade nunca nem cogitei que isso fosse acontecer. Que maldade a sua! Roubar-me a solidão sem me oferecer companhia em troca! Nietzsche te diria “foi desnecessário”. Me deixasse aqui, no meu mundo, com meu amor mal resolvido, não correspondido, sofrível, mas com o qual eu já estava acostumada. Pra que me acrescentar mais um sentimento vão? Tão igual aos demais, tão sem por que, sem pra que, sem pra onde... Não, meu bem! Eu não precisava disso. Vai-te em paz, e vê se “deixa em paz meu coração, que ele é um pote até aqui de mágoa. E qualquer desatenção, faça não. Pode ser a gota d’água…”.


Você me prende, me envolve, me emaranha em beijos intermináveis e depois se vai. Você me assusta, por que é livre demais, e pior, me deixa voar.

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Metendo o bedelho onde foi chamado.