13 de setembro de 2010

Memórias de um corredor




Dedico este texto à minha amiga Marizé Vieira

Não há como não lembrar. Aqui, neste corredor, com bancos de concreto e arvores por todo o lado muita coisa boa já aconteceu. Hoje, parece mórbido, parece não mais ser, não mais existir, não faz mais nenhum sentido. Mas estou aqui, e memórias tomam conta de mim.

Há alguns anos cheguei neste lugar meio que por acaso. Eu nem queria mais fazer nenhum curso, acabava de abandonar um, e começar outro assim, sem pensar direito, me parecia uma aventura.

Eram tempos de crença. Muito fervor religioso. Agradeci a graça recebida indo participar de um retiro espiritual, enquanto tantos outros aprovados no mesmo curso à uma hora daquelas devia estar comemorando com churrasco, bebida e fuzuês.

Mas eu estava numa chácara fora da cidade. Nas mãos, a lista de aprovados na turma 2007.1 do curso de Comunicação Social da UFMA. Não posso esquecer aquele momento, sentada numa cadeira de balanço lendo nome a nome dos futuros colegas de curso, orando por cada um deles, e meus olhos fitaram um nome em especial: Maria José Costa Vieira. Pensei: bom, com um nome desses, deve ser uma pessoa mais velha! (risos). Eu orei muito pela colega Maria José, eu a apelidei imediatamente de Marizé “acho que ela vai gostar de ser chamada assim”.

Até hoje não compreendo bem aquele dia. Aquele desejo impetuoso de orar por alguém que eu nem conhecia. Mas poucos dias depois eu pude compreender. Os desígnios de Deus são mesmo insondáveis!

A moça em questão, longe de ser mais velha, era bem mais nova que eu, era uma doce menina, acanhada, tímida, um semblante triste, uma carência no olhar que gerou de imediato em mim um amor quase maternal.

Nasceu uma grande amizade. Uma certa dependência mútua, um laço visivelmente desconexo, dois mundos opostos, duas pessoas com experiências completamente distintas, mas que, mesmo assim, se uniram, e se completaram.

Esse corredor é mesmo perigoso! Parece ter alma, parece falar, eu quase consigo escutar nossas primeiras conversas, a turma reunida, se descobrindo, se conhecendo, pouca gente, e muitos sonhos.

E ela esta aqui, ao meu lado. A aproximação do fim desta etapa de nossas vidas me faz meditar no que pode acontecer daqui pra frente. Será que nossas vidas vão seguir rumos distintos? Será que nos perderemos no labirinto das responsabilidades que virão?

Pensar nisso me traz certa angústia, mas gosto de viver um momento de cada vez, esperar em Deus, que é sabedor de todas as coisas.

Nossa amizade já viveu muitos altos e baixos, mas se há uma coisa que eu descobri é que não pode haver amor maior e mais pleno que este chamado amizade.

2 comentários:

Jota disse...

Isso que é declaração!

Marizé Vieira disse...

Pq eu sou tão ruim com as palavras? :S
O q posso dizer é q tbm te amO! E amiga igual a vc não há! *-*

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Metendo o bedelho onde foi chamado.