Amanheceu o dia lembrando-se
daquele relacionamento torto, olhou no calendário para confirmar a data, era
mesmo dia 29. Esse já foi um dia aguardado com muita expectativa por ela.
Recordou das artimanhas feitas para conseguir um beijo, na maioria das vezes,
escondido, em cantinhos nunca antes frequentados. Voltou a sentir aquele frio
na barriga, o medo do flagra do guarda da Universidade Estadual do Maranhão!
Aquele senhor se fazia mesmo de doido, e deixava tudo rolar, numa espécie de
cumplicidade indeferida. Saiu um pouco do ano de 2014 e voltou-se subitamente
àquele mesmo dia, só que no ano de 2011. Puxa vida, já se passaram três anos!
Como o tempo é bom nessa arte de tornar tudo mais fácil, a dor da magoa virou
saudade do que foi bom, e o que não foi, serviu de lição. Mas ela não quis
ficar nesse ponto do tempo, lembrou-se com um sorriso no canto da boca das
andanças por toda a cidade a procura de um novo boteco legal, dos beijos
roubados às claras na Praça da Cultura, no barzinho da Beira Rio, da sua quase
sonolência ao afagar aqueles cabelos de perfume e textura inesquecíveis, das
loucuras de um amor breve e vadio embalado por deslizes, de Fagner.
29 de junho de 2014
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Metendo o bedelho onde foi chamado.