1 de março de 2008

E a história começa aqui...







É dia 01 de março de 2008, dia um... como um pontapé inicial não poderia haver melhor data. Dia em que tiramos nossas ideias e planos do mundo dos sonhos e começamos a dar vida a este projeto chamado Sete histórias de Sete Barracas.

Marcamos de descer juntas ao Porto da Balsa da frente da Universidade as 7:30h A.M , eu e mais três bravas amigas e companheiras, a saber, Maria Talita, Marizé e Jenifer. O restante do grupo, por motivos de força maior, não pode ir a esse primeiro contato.

Descemos a ladeira rumo ao Rio Tocantins, e ao chegarmos no Porto fomos recebidos por um senhor muito prestativo que nos perguntou para onde iamos... Sete Barracas, o senhor conhece?

Ele disse que sua van nos deixaria na entrada da cidade de São Miguel-TO, de onde então poderiamos pegar um taxi para irmos até o local.

Perfeito! pensamos... tá tudo dando certo! exclamou Talita, nossa mais empolgada amiga de grupo. Foi então que o senhor da van começou a conversar conosco e nos deu grandes dicas, além de informações preciosas, como a visita de lideranças do governo à comunidade Sete Barracas no próximo dia 03. Vibramos muito com tal notícia, pois julgamos ser esta uma grande oportunidade de enriquecermos nosso trabalho.

Fomos deixadas na frente da antiga casa da nossa principal personagem, Dona Raimunda Gomes da Silva, a grande líder daquele povo. Pegamos um taxi e enfim chegamos a nosso destino... Descemos na frente da nova casa da D. Raimunda, e já fomos recebidas por ela. Nos apresentamos e enfim, começamos a conversar. Ela, muito gentil, respondia a todas as nossas perguntas e enquanto falava, fomos levadas para dentro de seu mundo, tão rico, tão digno de nossa admiração e respeito. Sua história de vida e de luta pelos direitos do povo, pela posse de terra, pelo trabalho digno, a levou a vários cantos do mundo como porta-voz dessa gente, que ela tanto ama e zela, razão pela qual ganhou o título de " A quebradeira de côco e de preconceitos".

Saindo da casa de D. Raimunda, fomos à casa de Dona Flora, uma dona de casa muito simpática que nos convidou logo a sentar. Começamos a conversar e ela nos deu varias informações especiais para nosso trabalho. Presença especial nesta visita foi o seu neto de apenas 2 anos, Victor, que tornou-se logo o centro das atenções. Dona Flora nos deixou muito à vontade, eu já a conhecia, de outras visitas que ja tinha feito à comunidade. Ela é esposa do Sr. Queriba, um devotado trabalhador engajado na luta em pról do meio ambiente. Muito politizado, seu Queriba é o representante do Projeto do Governo Federal Pró - ambiente, dentro de Sete Barracas e comunidades vizinhas, que visa conscientizar os lavradores contra o uso de fertilizantes químicos na lavoura , bem como, ensinar tecnicas de reflorestamento para as comunidades rurais.

Enfim, fomos até a casa de Dona Emília, outra personagem incrível desta história. A encontramos na pequena fábrica de oleo de babaçu, onde nos surpreendemos com o processo de fabricação. Ela nos pediu um tempo enquanto terminava seu trabalho, e então, nos levou até sua casa, onde estava também o seu esposo, Sr. Raimundo. Dona Emília é sem duvidas uma peça chave dentro da comunidade. Participante ativa de toda a história de formação de Sete Barracas, onde viveu episódios muito tristes, num passado não muito distante. Quem vê hoje a organização da comunidade, os valores familiares, a simplicidade e o respeito que há entre eles, não imagina o quanto foi violenta essa conquista. Esse casal, a saber, sofreu na pele a perseguição e a injustiça num periodo que projetou a Região do Bico do Papagaio como cenário mais violento do País em questões relacionadas à posse da terra.

Mas eles conseguiram! Lutaram, perseveraram, e hoje são um modelo de Assentamento para todo o mundo. São cinco alqueires e meio de terra para cada família, água encanada, iluminação estadual ( monofásica ainda), uma escola de ensino fundamental, 3 cooperativas e associações em prol da comunidade, como o Projeto Babaçu, que irá construir 800 casas para as quebradeiras de côco da região; Projeto zigue zague, que visa ensinar corte e costura para as mulheres, além de varias representações de orgãos nacionais, como o CNS - Conselho Nacional de Seringueiros, Memorial Chico Mendes, a CASB - Clube agrícola de Sete Barracas e Pró - ambiente.

São tantas informações, mas nesse nosso primeiro dia, se alguém me perguntar o que fiz hoje, responderei sem pensar duas vezes : conheci pessoas incríveis!




2 comentários:

Maria disse...

bravas amigas e companheiras
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
obrigada pelos elogios
hsauhsauhsau

ótimo texto!
mto informativo
;)

Maria disse...

incrivel com essa sua pseudo criatividade consegue ser taum original
;)

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Metendo o bedelho onde foi chamado.