13 de dezembro de 2007

Paralisação UFMA Imperatriz


Durante os últimos meses, o tema do Ensino Superior Público e consequentemente das Universidades Públicas teve um bom destaque na imprensa maranhense. Dois casos separados evidenciam a atual situação enfrentada por nossas instituições : a paralisação estudantil na UFMA, que esta em andamento, e a greve dos servidores da UEMA, finda há pouco tempo.
Acompanhar tais assuntos através da grande mídia é complicado devido à ideologia implícita aos textos. Porém, esta é a forma na qual a ampla maioria da sociedade mantém-se informada. O que faremos aqui é tentar esclarecer os fatos concernentes a Paralisação das atividades acadêmicas na UFMA pelos estudantes, bem como expor seus motivos, reivindicações e é claro, os prós e contras desse movimento.

A paralisação
Desde o inicio do ano, com a implantação dos cursos de Jornalismo, enfermagem e engenharia de alimentos e com a chegada dos novos alunos, a UFMA Imperatriz mostrou-se despreparada para receber ambos. Falta estrutura física, acervo bibliográfico, laboratórios, enfim, condições mínimas para o funcionamento desses novos cursos.
As condições no curso de enfermagem são as piores qualitativamente, chegando por exemplo o curso a não começar o semestre em decorrência da ausência de docentes, bem como laboratórios entre outras necessidades indispensáveis para o funcionamento do mesmo. Foi exatamente entre estes alunos que surgiu a idéia inicial de procurar respostas aos problemas vivenciados em seu dia-a-dia.
Depois de algumas paralisações das aulas em protesto e discussões sobre os problemas da Universidade, a diretoria do campus UFMA II , Sr. Jeferson compareceu à Faculdade para explicar o que estava acontecendo. Até aquele momento, tudo estava relativamente calmo.
Ele disse naquela oportunidade que enfermagem é o único curso que realmente está sem condições de continuar funcionando, pois estão faltando professores e laboratório para as aulas práticas, tendo assim, o direito de fazer reivindicações. Suas palavras desagradaram os demais cursos , pois o fato de o curso de Jornalismo, 3º período, está assistindo pouquíssimas aulas por semana, ou as salas interditadas por risco de desabamento do curso de engenharia de Alimentos e a falta de um Núcleo Jurídico para a área de Direito, não teriam importância?
Foi então que representantes dos outros cursos decidiram se unir ao curso de enfermagem na paralisação. Foi convocada uma assembléia geral dos estudantes, onde compareceram cerca de 200 alunos, de todos os cursos, chegando a um consenso, decretando assim a paralisação das atividades acadêmicas no campus II. A decisão, votada no dia 4 foi tranqüila e recebeu o apoio aproximado de 99% dos votantes. Muitos alunos já estão dormindo na UFMA e a tendência é que a adesão aumente.O movimento “Quem sabe faz a hora” ganhou a adesão de estudantes da UEMA, alem de representatividades de outros movimentos sociais.


Os contratempos
Entretanto, houveram alguns contratempos entre a ala contra e a favor, agressões verbais foram trocadas entre alguns alunos, então os estudantes se reuniram em assembléia geral no dia 6 no auditório afim de discutir esse impasse. Definiram alternativas para a integração geral dos estudantes ao movimento, especialmente dos cursos noturnos, onde a resistência é maior.
Desde o primeiro dia os alunos sabem o que querem, por que, e para quando querem. Nas primeiras manifestações estavam sendo distribuídas pautas comuns que de forma geral apontava as deficiências do campus II da UFMA. Contudo, a discussão estudantil e a necessária organização deram ensejo à elaboração da pauta completa. Entre as reivindicações gerais estão incentivo à pesquisa e extensão,construção de salas com recursos pedagógicos, promoção de concursos para contratação de professores para compor o quadro efetivo dos cursos, reestruturação e informatização do sistema da Biblioteca do CCSST, para melhor controle,utilização e aquisição de um acervo bibliográfico mais vasto e atualizado para atender melhor a demanda.

Movimento recebe apoio de políticos da região

Na tarde do dia 6 de dezembro, os estudantes receberam a visita do vice-governador Pr. Porto e do deputado federal Sebastião Madeira. Inicialmente os alunos apresentaram as reivindicações e tentaram explicitar o sucateamento da universidade. Após a exposição da interminável lista de problemas, Pr. Porto explicou "que não tem papel de executivo", mas deixou sua solidariedade e o compromisso de interceder junto ao reitor.

O deputado Madeira iniciou seu discurso rememorando as relações com o Campus de Imperatriz e enfatizou suas contribuições desde o ano de 1997.
Ele afirmou ter sido criadas expectativas falsas com a vinda do Presidente Lula a Imperatriz, pois nada se tinha de concreto, "nem ao menos um terreno para construção do novo Campus". O deputado informa que os oito milhões estão empenhados, "isso significa que o recurso está garantido" e para o recebimento é necessário trâmites legais por parte da administração da universidade. Afirmou ainda que os recursos devem ser geridos pela própria UFMA e não por fundações como a Sousândrade.

Na ultima segunda feira, dia 11, os alunos receberam a tardia visita do deputado Flavio Dino que chegou por volta das 00:00h no campus. Todos, então, juntaram-se em uma sala para conversar. O Sr. Reitor Natalino Salgado falou com os alunos através do viva-voz do celular do deputado. Por várias vezes ele pediu compreensão. A ligação cai e os estudantes se irritam com as palavras do Reitor e exigem sua a presença no campus II, não aceitando representantes.

Não se sabe onde isso vai parar, mas o movimento esta irredutível quanto as suas reivindicações, afirmando que não abandonam a causa ate que obtenham resposta satisfatória , melhor, solução aos problemas enfrentados pelo campus.

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Metendo o bedelho onde foi chamado.