15 de julho de 2008

A TECNOLOGIA MIDIÁTICA E A PROFUSÃO DA ARTE PÓS-MODERNA


A pós-modernidade traz um novo paradigma em sua esfera. Nela, os produtos culturais não são consumidos em seu estado de contemplação, mas de distração, por esta razão se diz que na pós-modernidade não compramos produtos, compramos conceitos. Mas pra falar de produto esteticamente pós-moderno não podemos deixar de fora a televisão, o grande veículo propagador da indústria cultural universalista. As obras de arte reproduzidas tecnologicamente, segundo Walter Benjamim, emanciparam-se do ritual, tornaram-se rotineiras, passaram a fazer parte da vida cotidiana, perderam o valor de culto, “a destruição da aura da criação cultural”. Existe hoje uma grande variedade de “mercadorias” do ramo do entretenimento, de cunho alienante e pouca ou nenhuma utilidade intelectual. Se quisermos compreender a identidade cultural da contemporaneidade devemos ficar atentos ao uso da tecnologia para produzir e divulgar cultura. Aqui cabe falar das produções televisivas e seu conteúdo. Programas do tipo “reality show” como o Big Brother Brasil, já em oito edições são hoje os carros-chefes da maior parte das emissoras. O apelo à invasão de privacidade, a possibilidade, mesmo que forjada, de adentrar na intimidade do outro, são as propostas principais desse tipo de programa. Sucesso no mundo todo, os reality shows são mais que opções de entretenimento. Para as emissoras, uma verdadeira mina de ouro. Para o público, uma verdadeira perda de tempo. Para os participantes, uma exposição desnecessária e lastimável. Nas telenovelas, as emissoras insistem em roteiros que se alteram segundo a vontade dos telespectadores, com atores estigmatizados, personagens e situações evidenciadas por clichês e alegorias. Personagens caracterizados ao extremo caem nos gostos do público, que passa a imitar suas falas, gestos, vestimentas, evidenciando assim o poder e o fascínio que a TV exerce no imaginário das pessoas. Artistas carregados de ideologismos, estereótipos e signos perpetuam a arte pós-moderna pelos mais diferentes meios, garantindo sua maior exposição e visibilidade, conseqüentemente, um maior consumo, no velho esquema de dominação da indústria cultural. Desta forma, entendo que os meios de comunicação de massa veiculam um conjunto de registros altamente alienantes, como defendem os filósofos frankfuritianos.

7 de julho de 2008

Tô pagando...


Curioso mesmo como hoje em dia as pessoas estão dispostas a pagarem uma pequena fortuna para rirem um pouco.
Os dias estão corridos, cenas comuns há um tempo atrás já não existem mais.Vizinhos na porta, crianças brincando na rua, rodinhas de adolescentes batendo um papo à luz da lua... E sabemos bem que essas coisas estão cada dia mais no imaginário de quem as viveu. Sabe-se lá se algum dia poderão voltar a acontecer, com toda essa violência que nos aprisiona em nossas próprias casas. Somos reféns do medo. Em meio a tudo isso, tornou-se realmente muito dificil "sorrir a toa". Estamos angustiados, não vemos mais graça na simplicidade.
Ávidos por sempre mais, insaciáveis, buscamos extravazar em shows de humor, que realmente são muito bons (alguns, pelo menos), mas como são caros! Rir hoje não tá pra qualquer um não!
Se esta é a opção que temos, paguemos por ela! As ofertas são variadas, podemos assistir a uma peça Dos Melhores do Mundo pela bagatela de 100,00, dependendo do local. Ou ainda, shows de piada de Adamastor Pitaco por apenas... sim! apenas 50,00 (uma pechincha!)E se alguém questionar tal opção, diga logo assim: Tô pagando...