7 de março de 2014

Ária Do Amor Amargo

Eu, de menino malino
Virado num homem ligeiro
Criado mediante um erro
Girado na ginga do vento
Velado no som desalento
Somado com Sol de desterro
Do corpo frio, Desapego
Das partes ladinas, o cortejo
Com puro cansaço, do ensejo
Com minh'alma em branco retalho
O meu peito soluçado
Minha fala cadenciada
O meu verso lagrimado
Como lança transpassada
No coração salafrário
A dor não condiz sapiência
Só prevalece a valência
De quem chora o amor
Na lonjura mais cortante
Doravante a dor lateja
Causticante, mas com frieza
Tal qual pedra de atiradeira
Saudade é bala certeira
Lavrando a carne de canseira
Da paixão à moça faceira
Então, os cortes são o de menos
Quando repouso a pesada cabeça
Nos Lírios dos seios tenros
Da Mulher maltratadeira

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Do meu irmão, Paulo De Large

Relatos de um carnaval atípico

As 23h30min do sábado de carnaval, eu e minha companheira nos dirigimos à nossa residência, localizada no Bairro Parque das Estrelas, um tanto quanto entediadas e frustradas com a alegria carnavalesca. A umidade das ruas e o clima chuvoso nos levaram a abortar a ideia de ficar na Praça da Cultura, onde milhares de pessoas fantasiadas dançavam e brincavam ao som de marchinhas.

Ao chegarmos em casa, mal nos ‘ajeitamos’ para dormir, quando um barulho forte vindo do quintal nos assustou. Acostumadas ao barulho de gatos vadios em nosso telhado, não demos muita trela. Logo depois, sucessivos ruídos, fortes, vindos do quintal e do teto do banheiro nos atordoaram. Não podia ser gato! A não ser que fosse uma jaguatirica!

Imediatamente pegamos nossos celulares, alguns pertences e com bastante medo, abrimos a porta do quarto. Vimos que a casa estava em ordem, e prosseguimos a deixá-la. O barulho no quintal por um instante cessou. Ligamos a moto e saímos em direção à casa de meus pais.
No caminho, encontramos uma tropa de policiais, falamos da ocorrência e eles seguiram até nossa residência. Ao chegar lá, o latido insistente dos cachorros da casa ao lado nos davam a certeza de que realmente, algo de errado estava acontecendo. Não sei se o intento fora deixado de lado antes ou depois da chegada da policia, mas quando chegamos nada mais havia no quintal, senão alguns rastros.

Graças a Deus, a casa não havia sido invadida. Mas o caso nos levou a decidir por uma mudança em pleno feriado de carnaval. Foram cinco dias de folia nas Praças da cidade e cinco dias de busca por apartamento, frete, mudança, autenticação de documentos e muito, muito cansaço. Tanto, que nem nos sobrou animo para brindarmos nossas bodas de algodão!