31 de julho de 2011

Perdida

Aqui estou, em meio a uma multidão de jovens, eles carregam bandeiras coloridas e faixas, compartilham camisetas que os separam em tribos, tudo neles parece festivo e eu, do alto de uma cadeira, solitária, os observo, sem perceber que na verdade, me contemplo nesse instante. Tempos atrás eu possivelmente seria um deles, hoje, mal consigo entender o porquê de tanta euforia.
A verdade é que estou triste e confrontada diante de tantos risos, bandeiras, faixas, apitos, e buzinadas. Sou “presa fácil” nesse momento e luto, comigo mesma e com meus “demônios” para driblar a vontade incontrolável de enfraquecer diante deles e simplesmente chorar, por que a razão disso só eu sei, e ela me condena, enquanto por todos os lados que olho a palavra de ordem é salvação. Estou perdida!

Acabou.

Eu não queria que fosse assim, eu não queria te perder de mim. Mas foi você, suas escolhas, suas atitudes impensadas, sua falta de consideração, seu desamor, sua traição. Eu me tornei parte de um jogo sujo que eu não pedi pra entrar, você me transformou na outra, e por isso eu nunca vou te perdoar. Não é perdoável o que você me fez, sabe? Tripudiou de minha dor, feriu meus melhores sentimentos, me desgastou. Hoje te ver me dói tanto, mas vai chegar o dia em que eu não sentirei nada. Nem raiva, nem rancor, nem mágoa... Tampouco amor.

29 de julho de 2011

Dos fins e do fim

Eu acho graça e rio de mim. Mas antes disso, eu rio muito de você, sabe por quê? Por que você não me conhece nem um pouco. Você não sabe da minha alma deslizante, inconstante, derramada e impetuosa. Você não sabe nada! Eu amo fácil, mas (des) amo com a mesma facilidade. Eu me entrego, e num rompante eu me tomo de volta. Eu sou muito minha, minha e de minhas inquietações cotidianas. Eu não sou nada sua, e que bom, chegamos a um fim, por que sem finalidade não há por que seguir. Então você faz suas escolhas, eu faço as minhas. Eu não te nego o direito de partir, e não me nego o direito de te esquecer. Você se vai de mim e eu me vou de você, assim, como quem nunca existiu, como quem passou pela porta de sua casa um dia e te acenou com as mãos. Lembra? Espero que não!

27 de julho de 2011

São os teus cabelos menina,

não tem jeito. Respeito particularidades e vibro com adversidades. Nando Reis diria que é teu “all star vermelho”. Tua fragilidade também toca. Dá vontade de cuidar, proteger e não deixar que se quebre. Mas você é inquebrantável! É a segurança que não é tua, mas que se pode sentir quando estamos contigo.

Na busca por uma explicação, apelo para Lenine, são “dois olhos negros”. Olhos negros e firmes. Poderia falar dos abraços, que não apertam mas aconchegam. É a tolerância que já tivemos diante de tantas diferenças “Jesus Christ, take my life”. Não me permito esquecer das conversas, da amizade amadurecendo devagar, da confiança que não foi roubada mas conquistada. Mas se houvesse algo que pudesse realmente traduzir, seriam teus cabelos. Cabelos com cheiro de paz.

Por Juliana Carvalho
(presente de aniversário, presente de minha vida, presente em minha vida)

19 de julho de 2011

Pressupostos e Subentendidos

Você nunca sabe. Eu tento demonstrar de todas as formas possíveis para que você entenda, mas nada vem dali, nenhuma reação, ainda que contrária às minhas expectativas. Aí eu insisto. Te dou sinais, do nada eu apareço cantando aquela música que é muito nossa, falando de lugares que percorremos juntos, e mesmo com tudo isso, você não reage. Daí eu me fecho. Quem sabe assim você perceba que ao menos, não estou mais aos seus pés, tentando de todas as maneiras chamar sua atenção, esperando feito criança ansiosa pelo presente surpresa, que talvez nem venha. É que eu sou muito de pressupostos e subentendidos sabe? Eu queria que você soubesse, que percebesse que nisso de muito me guardar, eu me guardei toda pra você, e só você não sabe.

6 de julho de 2011

#Partiu

De tanto rodear por aí tentando achar saída para meus conflitos recorrentes, me deparo com a extrema necessidade de fugir de mim. Já me questionei, já me refutei, vivo me julgando, costumo me cobrar demais, e uma hora eu tinha mesmo que chegar a esse ponto de estafa mental, me encontro emocionalmente vulnerável, espiritualmente descoberta. Alguns podem achar um erro minha opção, alguns podem me achar covarde, mas isso também não me interessa. Quero mais é respirar um pouco, sem esse embrulho na boca do estômago, roubando meu animo e todo meu desejo de vida. Se para livrar-me de tudo isso eu preciso fugir de mim, pois eu já fui.

1 de julho de 2011

Fala, Caio!

Talvez isso mude. Talvez você entre na minha vida sem tocar a campainha e me seqüestre de uma vez. Talvez você pule esses três ou quatro muros que nos separam e segure a minha mão, assim, ofegante, pra nunca mais soltar. Ou talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor, porque no fundo eu sei que a realidade que eu sonhava afundou num copo de cachaça e virou utopia...

Caio Fernando Abreu