31 de maio de 2011

Aaaaaaaaaaaaaah!

É essa a hora que eu solto um grito daqueles ensurdecedores, Deus?

Eu tô cansada de gente, de suas crendices baratas, de suas utopias corrosivas, de seu linguajar chulo, sem pra que, sem por que, sem pra onde. Esse ser que tu criaste é bicho esquisito, finge não querer aquilo que no fundo quer, foge de viver o que é possível e vive cultivando ilusões baratas, sonhando uma vida que não há, ou que se foi.

Então Deus, tens alguma super produção em mente? Um tipo de ser mais evoluído, que não machuque tanto, que não ferre com tudo, que seja um pouquinho mais inteligente e saiba reconhecer aquilo que não se pode abrir mão? Se tiver se apresse em criar, ou me tira desse lugar!

Do que destrói

É quando tudo vai dando errado que você para e pensa, será que estou no caminho certo? A vida parece estagnada, e eu me sinto afundar cada dia mais, haverá salvação? Ou ela passou por mim e eu deixei passar? Tantas perguntas sem resposta amontoam meus pensamentos que estão cada dia mais destrutivos. E é isso mesmo que eu tenho causado: destruição. Minha, dos outros, de quem se aproxima. Sou esse ser nocivo e degradante de si mesmo e que sai por ai ferindo sentimentos, matando sonhos. “Não tenho um tom, não tenho palavra, não tenho um acorde que me socorra agora. Tudo foi embora”.

Das nossas oscilações

Eu não queria ser assim, tão boba ao ponto de me incomodar com tuas oscilações de humor ou tua falta de atitude, essa tua timidez que parece medo, e o teu interesse que as vezes me parece frio, distraído ou quem sabe, displicente. Cansei de esperar você entender o que eu espero, e nem acho justo te impor assim minhas vontades, te emaranhar na minha oscilação de humor que beira a loucura, nos meus ímpetos de coragem que compreendo, assustam. Tampouco quero te obrigar a aguentar minhas fases de clausura ou ignorância gratuita. Então, não pense que quero que seja outra pessoa para que se encaixe em mim, assim como eu dificilmente me moldarei à sua forma. Mas uma coisa eu quero! Que sinta minha falta, que queira me ver, que procure saber de mim. Do contrario, siga fingindo que nada sente, enquanto eu juro que não me importo.


27 de maio de 2011

Do que faz a diferença

Por Marizé Vieira

Ultimamente por não fazer o que devo fazer, prendendo-me a idéia de que devo ficar sem fazer nada para que futilmente me imagine como alguém que não tem nada para fazer, andei pensando. Pensei, pensei, pensei... Cansei!

Cansei, mas não parei de pensar, se for ressaltar a idéia descartiana de que ao parar de pensar deixarei de existir, pois continuo existindo. Existo, por que não paro de pensar. Se pensar desse dinheiro eu estaria rica, mas no momento estou exausta de pensar. Não pelo fato de simplesmente pensar, mas pela forma como penso ou talvez pelo que ando pensando.

Nada de interessante construí com tantos pensamentos. Analisar a vida? Nem isso fiz. Apenas pensei. Pensei em outra vida. Pensei em outro eu. Pensei no mesmo eu que sou, porém portando-me de outra forma. Pensei em algo que não existiu. Pensei.

Estacionei. Para quê pensar tanto se nada construtivo materializei com isso? A vida segue. O melhor a fazer? Viver o hoje e parar de pensar tanto no amanhã. Amanhã logo chegará, e quem sabe, será um novo hoje, que não tardará a passar, e quando eu perceber, já até passou. E o importante? É que vivi.

Carta de um Soldado há muito tempo em guerra

Por Hugo Dalmon "Espaço Zero"
! E depois de tanto tempo existindo, estou colocando a mão onde não alcanço. Todo dia sinto, mas sinto muito mesmo(...) Não se importe em não compreender minhas palavras, pra quem tem paz compreender a guerra é duro, pra quem tem conflitos a unica dificuldade é escolher um lado. Porque é dificil, às vezes escolhemos o lado que não nos protege, mas cessa a batalha sem explosões aniquilantes. E ficamos face a face com a verdade, e sentimos tanto por isso. Talvez em certas batalhas não podemos sepultar o inimigo, porque o inimigo talvez seja o que nos mantêm vivo.

23 de maio de 2011

Dúvida

Eu não sei o que eu penso sobre isso. Às vezes eu acho que é bom me permitir, às vezes não, agora, por exemplo, uma sensação estranha toma conta de mim. É como se rejeitasse cada um dos passos que dei nos últimos meses, como se eu soubesse que estou caminhando para uma estrada de sofrimento que eu tinha e tenho toda condição de evitar. Mas às vezes eu acho que é exatamente o contrário. Até aqui, andei vagando perdida, sem me entender, sem me aceitar, morrendo de medo do inferno em busca de um céu que não há.

4 de maio de 2011

Da solidão contraditória

Bateu uma saudade de algo que nem sei. Que falta é essa que veio me abraçar com todo o seu vazio gritante? Eu, que sempre gostei de estar só, começo a me incomodar com esse silêncio todo, com esse barulho do teclado enquanto digito minhas lamúrias para sabe lá quem, ler. Nem ao menos sei se alguém lê o que escrevo aqui. Também pouco me importa, parece que eu preciso escrever o que sinto, pra depois ler, e fingir que alguém fala comigo tudo aquilo que eu não sei dizer, ou que eu não queria ouvir. É uma nostalgia cortante! Sinto falta até mesmo de mim, estou perdida, sem rumo, embora eu saiba, e entenda, o meu rumo é prosseguir, ainda que “muito bem acompanhada”, e só.

3 de maio de 2011

Identifique-se

São quatro paredes e um teto. Parece ser tudo que eu preciso para me guardar, me esconder do mundo lá fora, sem paredes, de teto infinito, de imensidão de gente e absurda solidão. Aqui os passos são curtos, mal dá para alongar as pernas. Correr? Nem pensar. Só em pensamentos, onde até alço vôos de liberdade reprimida. Esse é meu canto. Para entrar, por favor, bata na porta, e se identifique. Talvez eu queira você aqui, nesse emaranhado de ócio e tédio sem fim, ou quem sabe, eu queira você em mim. Bagunça pouca é bobagem.

2 de maio de 2011

Shift+del

Não é nada disso. Eu queria acordar, e descobrir que estive sonhando esse tempo todo. Sonho ruim, enfadonho, sem a mínima emoção. Antes fosse mesmo um pesadelo! Eu queria apagar cada minuto perdido pensando em você, cada segundo de dedicação exagerada que te entreguei, assim, de mãos beijadas. Eu preferia nunca ter te conhecido, nunca ter suspirado ao ver você aparecer naquela noite, em que nos beijamos pela primeira vez. Quisera eu não ter esse raio X estampado no peito revelando você dentro de mim. Eu queria lamentar as tardes contigo, as rodas de amigos bebendo e jogando conversa fora, o céu de azul infinito que parecia mais bonito, por que tinha você, ali, do lado. Eu desejaria voltar no tempo, impedir cada um desses acontecimentos, não existir você, por que agora, quem não existe mais, sou eu.

Sem saída

Sabe, as coisas estão muito confusas aqui em minha cabeça. Eu sei que te quero mais que tudo, e isso de alguma forma me engasga, fere esse meu coração insensato. Eu tenho medo sim, e a culpa é sua. É seu jeito desinteressado, seu discreto desprezo que me ilude, me joga num labirinto cuja saída desconheço. Eu realmente não sei o que fazer. Então me perdoe pelas atitudes impensadas, as palavras ásperas, pelas bobagens de um coração perdido.

Química

Ao meu lado você parece uma pedra de gelo, só não me dá frio por que do outro lado eu fervo, e sabe de uma coisa? A química não erra… uma hora dessas ou você me apaga, ou eu te derreto!