28 de janeiro de 2011

Do que já passou

Aquele menino foi dono de mim por muitos anos. Por muito tempo não quis amá-lo, rejeitava essa hipótese. Por Deus, parecia até pecado. Ele era tão especial, cativante, engraçado, atencioso. Fazia de tudo pra me deixar feliz, e eu pouco retribuía tanto empenho. Depois de algum tempo eu de fato me apaixonei. Parecia tarde, ele guardou dentro de si uma mágoa que me impedia de tocar sua alma, antes tão minha. Mas a gente se entendeu, o primeiro beijo aconteceu num dia especial, era o meu aniversário. Depois daquele dia nos unimos, nos separamos, nos amamos, e novamente, nos separamos, mas dessa vez geograficamente. Depois de um tempo ele voltou, mas era outra pessoa, não reconheci aquele menino que eu tanto admirava. Foi o rompimento final? Não. Ainda insistimos em nos descobrir mais uma vez, mas dessa vez, foi trágico. Veja só no que dá insistir em algo que já acabou, ou que nem devia ter começado.


Quer perder um amigo? Se envolva com ele!

Dos planos

Quando eu tinha oito anos sonhava em ser atriz ou cantora, ou ambas as coisas. Naquela época eu era muito desinibida, cantava nas festinhas de escola, dia dos pais, das mães, onde houvesse a oportunidade lá estava eu, de microfone na mão, esbanjando coragem. Depois meus planos mudaram, queria ser publicitária ou estudante de artes. Nessa altura, com meus 15 anos sonhava também em casar aos 23 e ter três filhos, Beatriz, André e Benjamim. Sabe de uma coisa? Os planos da gente são muito vulneráveis. Os anos se passaram, já não sou mais aquela menina cheia de sonhos, mas meus planos ainda existem, só que são outros, bem diferentes, e que estão em constante mudança. Eu não queria que eles fizessem sofrer a quem eu amo, quisera eu unir aos meus planos a felicidade de todas as pessoas que me são preciosas. Mas quem eu penso que sou? Deus? Apenas os planos de Deus são perfeitos em sua imperfeição, incompreensíveis às vezes, mas ao final, trazem de certa forma alguma paz. Tenho planos de ir embora, estudar, trabalhar, ser mais eu, ser mais livre, viver certas coisas que guardo comigo desde os primeiros planos, aqueles de quando eu ainda tinha oito anos. Tenho planos de levar algumas pessoas comigo, mas também não posso obrigá-las a abrir mão de seus próprios planos. Isso não seria justo. Egoísmo – não passe adiante.


Mas se você quiser ir comigo, "eu largo tudo, eu vou pro mundo com você, meu bem! "

27 de janeiro de 2011

Das decisões

Sigo em meio àquela decisão difícil, deveras tensa. Devo prezar pela felicidade e pela paz das pessoas que eu amo, ou me jogar de cabeça em minha própria vida, minhas escolhas. ( e que talvez sejam a minha própria felicidade)?

Melhor seria se eu pudesse fazer ambas as coisas ao mesmo tempo, sem dor, sem culpas, sem os tais corações partidos, inspiração maior das canções de amor.

Tudo em mim gera um engasgo indesejado. Tudo fora de mim parece esperar por meu próximo passo. De uma coisa eu já sei, a minha música já tem letra e melodia, mas eu ainda não consigo cantá-la. Vou ficar aqui assobiando...

14 de janeiro de 2011

Da insensatez

A vida aqui parece estagnada. Meus dias e noites se unem em tédio, as tardes me penalizam no ócio e uma sensação de perda de tempo me consome.

Me sinto frágil. Estou tão suscetível à queda. Aqueles velhos medos ainda me espreitam enquanto finjo estar bem. Músicas de um tempo distante passeiam por minha mente trazendo um gosto meio amargo à minha boca. Transpiro angústia.

Quisera eu livrar-me de tudo isso, tomar uma atitude corajosa (ou "suicida") e mergulhar de cabeça em meus desejos mais secretos. Não consigo. Eu sobreviveria a isso?

"Vai meu coração ouve a razão, usa só sinceridade, quem semeia vento, diz a razão, colhe sempre tempestade (...) a insensatez!"

2 de janeiro de 2011

Alô 2011!

Ano novo é um pouco do velho indo embora, ressurgindo com outra cara, outros traços, algumas repetições insistentes e é claro, champanhe para brindar, fogos para anunciar, e um toque de nostalgia inevitável. Aqui estamos, numa praia escura, lotada de tribos apolares, que com um nítido estranhamento se olham, se observam e se espantam. Tambores ressoam em direção ao mar embalando danças sincronizadas enquanto paredões de som automotivo embalam a juventude do outro lado. Mais à frente, um som de sanfona comanda os passos de uma turma que curte dançar agarradinho. Alguns parecem fazer uma prece silenciosa, outros parecem querer extravazar. Foi um ano difícil, mas que trouxe o melhor dos presentes que já recebemos. Lara Beatriz, um anjo lindo que Deus nos confiou, fecho os olhos para agradecer e penso em tanta gente, tanta coisa. É ano novo, por todo lado jorra álcool, jorram sonhos, preces, desejos de dias melhores, saudades do que ficou pra trás e muita, muita simbologia. Desse novo ano, quero muitas boas historias para contar.