23 de novembro de 2010

Abstinência

Então eu sonhei que tudo não passou de sonho, e já dizia meu querido Anitelli, “sonho parece verdade quando a gente esquece de acordar”. Pode ser que tenha sido um filme, o mais clássico drama clichê hollywoodiano, com direito a conflitos familiares, internos, umas pitadas de suspense (as responsáveis pelas mãos gélidas e estomago trôpego), e é claro, romance, amores impossíveis, que no final, tornam-se possíveis, reais, táteis. Mas pode ser uma realidade forjada, minha vida vazia anda tão (des) intensa que criei um conflito desses para curtir a adrenalina de uma droga por pura abstinência.



Da imaginação fértil

Ela não é daqui. Quando criança passava horas de olhos fitos no céu estrelado esperando ver naves de extraterrestres e sinais do além. Queria ser abduzida! Ora, o mundo em que vivia não lhe era tão atrativo quanto aquele dos filmes de ficção cientifica ou contos de fadas que assistia excessivamente. Ela queria ser tele transportada! Comia no quintal em cima de um tijolinho quebrado, vivia com torcicolo. A mãe achava tudo muito fantasioso, mas não lhe cortava as asas. Ela voava... Seus pensamentos por vezes eram tão altos que todos riam e a achavam meio maluquinha. Mas era adorada... Todos queriam estar perto dela, roubar um pouco da sua imaginação fértil e sua coragem. Depois de cansar de esperar Et’s passou a supor que via e falava com mortos. Pronto! Seu sonho agora era ir a uma sessão num centro espirita. A mãe, dessa vez assustou. “Menina, deixa de historia, não brinque com essas coisas”. Ela então cultivou sua curiosidade a sós, e desde então, já de asas podadas, passou a esconder os devaneios de sua mente, ela não quer mais assustar ninguém, muito menos, ser adorada.

22 de novembro de 2010

Divagações de uma mente cheia de vazios

Sabe quando você supõe que está jorrando criatividade e corre para o PC para externá-la, afinal, não é todo dia que você tem um ataque de Adélia Prado? (Ow, audácia!). É isso... Aqui estou tentando divagar sobre coisas dessa minha vidinha medíocre, mas não faço a menor idéia de por onde começar. Quanta complexidade! Quem não é capaz de decifrar os códigos dessa minha embromação? A verdade é que eu definitivamente não tenho nada a dizer. Bom, talvez até tenha, mas você não perderia um precioso minuto do seu tempo lendo minhas asneiras, certo? Pra me servir de consolo, o ambiente ao meu redor não é digamos assim... inspirador. Ainda assim, eu não ouso culpá-lo por minha inércia mental. Estou pilhada! Essa é a verdade das coisas. Nesse momento liquidifico pensamentos a tal ponto de não saber mais o que de fato eu penso. Está tudo tão misturado aqui nessa minha cabeça confusa. Essa homogeneidade expurga minha autenticidade, me torna uma grande farsa, uma mentira mal contada.

Desista, Adélia Prado não irá baixar em mim. Isso era tudo que eu tinha a dizer, se é que eu disse alguma coisa.


20 de novembro de 2010

Aquele olhar...

Foi assim que percebi um misto de amor e medo naqueles olhos tenros, olhos de angústia, olhos tensos. O que você vê? Perguntou-me, como quem esperasse uma resposta que nos salvasse daquele clima estranho. Eu vejo que não há saída, entende? Por muito tempo andei fugindo. Covardia disfarçada de princípios, princípios disfarçados de vontade, vontade disfarçada de desprezo e agora, misto de tudo isso me impulsionando a ser mais eu. Então aquele olhar voltou a me desconcertar. – Era isso que você queria saber? Ou acabei de te afastar definitivamente de mim?

19 de novembro de 2010

Um cheiro de dor

E você segue fingindo não me ver, enquanto insisto em me mostrar ainda que em singelos sinais que parecem ser indecifráveis, indesejáveis, quem sabe? Sigo dando murros em ponta de faca, sangrando a alma para meu bel prazer, para alimentar essa minha necessidade de sentir dor, amaciá-la, nutri-la, deixá-la fluir por entre minhas veias até rondar por todas as partes do meu corpo e virar essência, exalar pelos poros, transparecer enfim. Será que ao menos esse cheiro você será capaz de sentir?

18 de novembro de 2010

Das identidades forjadas

Ela está mentindo. Não, não é por mal, nem tampouco, com a intenção de brincar com os outros. É que ela precisa de personagens para sobreviver. Vive “tentando agradar gregos e troianos”, assume varias identidades e brinca com a vida como se estivesse num palco, onde a ideia central é agradar ao público que a assiste. Ela não pediu para ser assim. Há dentro dela um anseio ardente por liberdade de poder ser quem de fato é, mas sabe... Ela não suportaria a dor da rejeição. Então ela se adequa, se esconde. Foge de si própria na ilusão de que assim, é mais feliz.

16 de novembro de 2010

Falam por mim

Se Renato Russo estivesse no meu lugar hoje ele diria “só por hoje eu não quero mais...”.

E é fato. Pelo menos por hoje eu quero esquecer de tudo que vem me incomodando ultimamente, pelo menos por hoje, eu quero pensar que está tudo bem e nada em mim mudou. Ontem foi um dia bom, saí sozinha, como eu havia dito, saí comigo mesma e pensei muito em tantas coisas, por alguns momentos voei em pensamentos e sonhos, por outros, me recusei a pensar. Acontece que depois de tanto tentar me driblar, me peguei no flagra, sabendo exatamente todas as respostas que eu buscava ter. Doeu. Ninguém disse que seria fácil. Agora o que me resta é curtir meu dia de fuga, por que se Fernanda Takai estivesse no meu lugar agora ela diria “lá vai simbora o meu mundo sem mim...”.

15 de novembro de 2010

"Lived in the bars...

Panóptico

Sou observada. As pessoas parecem não entender o que uma boa mocinha faz sentada sozinha na mesa de um bar, bebendo solidão enquanto escuta músicas depressivas e ri sarcasticamente com o canto da boca. "Boas meninas vão para o céu, meninas más vão para onde querem"...

Contatos

Passo-os um por um e a sensação de não pertencer só aumenta a cada nome. Eles me são muito preciosos, mas sabe, não mais se encaixam. É que você mudou, eles ainda são os mesmos. Nunca cogitei perdê-los, mas o problema é que eu me perdi de mim, e eles, dissolveram-se em meras boas lembranças daquilo que eu já fui.

Saudade

Dentre tantos nomes o dele apareceu e me apertou o peito, então liguei. Que doce voz aos meus ouvidos ele tem! Cara, eu te amo pra caramba! – Você sabe, eu também te amo muito... saudades!

Ouço vozes!

Sigo recusando-me a ouvir a voz. É como se eu quisesse passar uma borracha em todo o meu passado, deletando dele também a tal voz, que insiste em me dizer que o caminho que eu cogito seguir é de morte. Quisera eu não dar ouvidos... eu não consigo!

As horas

Tô tentando driblar as horas enquanto ensaio sorrisos para quem está por vir. O relógio marca 18:54h. Balanço os pés e fecho os olhos e já são 19:02. "Telefonezinho tocando uhuh" meu celular com seu toque insolente me traz de volta à realidade. Alô? Diga que você vem, por que depois de tanto tempo só, a única pessoa que me interessa ver ainda é você!




Tim-tim!

Hoje eu vou sair comigo mesma, contemplar meus próprios pensamentos, buscar me conhecer melhor, sair da bolha protetora que por muito tempo foi minha casa e enfim, me expor ao perigo. Hoje eu quero brindar um novo começo, sorrir de minhas atitudes infantis, chorar ao lembrar o quão boba eu fui, desmitificar meus próprios conceitos e preconceitos, questionar minhas convicções e aceitar que é tudo uma grande mentira. Eles não são, não estão, não irão, não saberão.

14 de novembro de 2010

O que eu também não entendo"

As mãos geladas denunciam coisas escondidas amontoadas no mais profundo de mim. Elas parecem dizer que já não agüentam mais sofrer as conseqüências dos meus erros, dos meus medos. A boca seca, os olhos querem lacrimejar verdade, o estômago geme de ansiedade e me obriga a escrever essas poucas linhas. Não, eu não irei me desvendar agora, ainda não. Não acho necessário que o mundo me conheça, me saiba, me entenda. As mãos geladas não são por que o mundo não sabe, mas por que eu, eu mesma, ainda não sei.




13 de novembro de 2010

Tenso!

Afinal, o que você quer saber? Perguntei com um pouco de receio que dali saissem mais perguntas do que as respostas que eu decorei. - Bem, o que você acha que é isso? Sorri com o canto da boca, por que afinal, era aquela uma das perguntas sem resposta que eu temia. - Óh, eu realmente não sei, você me entende? - Ok. Você não quer falar não é mesmo? - Digamos que nesse momento exista um "não sei o que lá" percorrendo o espaço entre meu estômago e minha garganta, me sinto engasgar. O velho gosto amargo voltou ao meu paladar e isso é, como se diz, travoso?
- Certo. Só quero que saiba que eu não vou deixar ok? No que depender de mim, nada disso irá se concretizar, falou, desperdiçando todo meu ímpeto de coragem que me levou exatamente àquele lugar, tenso.



Sai de mim...

Pouco me importa o que você pensa, eu não preciso de mais um conceito sobre mim além daquele que eu mesma me dou. Você segue tentando me pressionar, se ilude ao achar que me mantém acorrentada, mas não, eu não pertenço a você! Não sei pertencer a ninguém, compreenda, eu nasci livre e um dia eu terei que voar. Às vezes você me põe no meio de uma roda de escarnecedores, parece querer reunir forças para me devorar, mas saiba, eu não recuo um milímetro de minhas próprias vontades. Continuarei dando asas a essa minha alma deslizante e conseqüentemente, dando motivos para você se lamentar. “Tire suas mãos de mim, eu não pertenço a você, não é me dominando assim que você vai me entender (...)”.

Dá-me ouvidos!

Olá, olha eu aqui de novo.

Nada como um dia após o outro para aliviar os nervos e descansar a mente. Bom, na verdade, nada como um bom ouvido disposto a ajudá-la numa hora dessas. Foi assim que ontem, após uma longa e difícil conversa com alguém que conhece minha alma deslizante acordei melhor. Estou mais leve, aumentei a fé, não em um ser superior, mas em mim mesma, eu sei que sou capaz de vencer as barreiras que se erguem diante de mim e enfim, ser livre, leve, solta. Ah, e não pense que sou tão obvia, não se precipite a me traduzir, eu sou algo mais do que supõe a vossa vã interpretação.

12 de novembro de 2010

Dos amores perdidos

Eu sonhei com um amor. Por vezes achei que já o tinha encontrado, fiz planos, idealizei um futuro, eu abracei cada um dos amores que por mim passaram. Mas eles se foram, e deixaram em mim o gosto amargo da insatisfação. Não era ele! Aquele rapaz extrovertido, que tirava de mim as maiores risadas e que fazia jogos de sedução pra me deixar rendida. Aquele menino faceiro, que antes de tudo era um grande amigo, se perdeu de mim ao encontrar o próprio caminho e hoje somos como desconhecidos íntimos. Ele partiu. Chegou um outro, mais maduro, menos bonito, diga-se de passagem (nada bonito) mas me atraiu seu jeito moleque de ser, misturado a um senso de responsabilidade que me deixava segura. Este moço me tirou do eixo sabe? Eu brigava com quem ousasse dizer que não era ele. Pra mim era ele, poxa, eu desejei muito que fosse ele. Mas não era... O tempo tratou de me dizer isso com todas as evidencias possíveis. Então, passei um tempo comigo mesma, ainda que nesse meio tempo eu tenha deixado uns intrusos se achegarem, mas tudo tão passageiro que ouso dizer que nem seus nomes estão em minha memória. Alguns malucos apareceram para apimentar essa minha vida amorosa, um bipolar, outro que beirava a psicopatia dizia que me amava um dia e no outro me odiava de toda a alma. Desses eu fugi como o “diabo foge da cruz”, afinal, de doida, já basta eu. Recentemente um apareceu assim, como quem volta de suas melhores lembranças, dos tempos de infância, trazendo consigo a ilusão de que por muito me conhecer, poderia dar certo. Mas ele vive nas nuvens sabe? E eu que sempre tive muito medo de altura, preferi pousar meus pés no chão, e ele também se foi. O que importa nisso tudo é que hoje eu tenho a certeza de que o amor está por vir, não é exatamente como eu planejava, foge dos padrões, é livre, é intenso, é verdadeiramente amor, é pleno, e meu sonho, é vivê-lo.

11 de novembro de 2010

Em busca de mim

Quando os nossos maiores medos e dúvidas vêm à tona como um vendaval, dificilmente conseguimos escapar ilesos. Por esses dias muita coisa velha voltou à minha mente. Desejos, lembranças, sentimentos, fugas. Me vejo à beira de uma estrada esperando alguém passar para me levar, não quero ficar aqui. Entende? Isso me angustia, me apavora. Trata-se da quebra de convicções, que talvez, tenham sido forjadas ao longo dos anos, que talvez, pelo medo da reprovação e de tudo mais ficou aqui, escondida, calada, covardemente reprimida. E parece que me apeguei às minhas fraquezas, coragem não passou por essa estrada, permaneço aqui, parada, a espera quem sabe, de mim mesma, eu, verdadeiramente eu. O sol já se põe e esse frio que me invade congela ainda mais meus segredos, eu vou pra perto do fogo.

7 de novembro de 2010

Decepção...!

Ao longo da vida colecionamos encontros, chegadas, beijos, abraços, despedidas, desencontros, partidas.

Até aí tranqüilo. Por que parece que já viemos para esse mundo programados para conviver com esses percalços da vida.

Mas não há nenhum manual que nos ensine a passar pela decepção. Ela vem com tudo e destrói nossas melhores lembranças, as fotografias tornam-se mentirosas, falsas, fantasiosas, uma arte à La Picasso que somos incapazes de compreender.

Decepção dói, mas já sei que não mata, por que da ultima que sofri já se passaram três dias e cá estou, escrevendo lamurias de um fim, lamentando a perda de um pouco de mim.



6 de novembro de 2010

Ela

Ela parece zombar das nuvens
Brinca com o sol, coleciona brisas e sabe voar
Ela é livre por que escolheu ser assim,
Decidiu tirar os pés do chão
Ela flutua, enquanto o mundo a observa dançar
O vento é seu grande amigo,
Soprou agora aos meus ouvidos que ela virá...